Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.
Cora Coralina
Cora Coralina, pseudônimo de Ana
Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, (Cidade de Goiás, 20 de agosto de 1889 — Goiânia, 10 de abril de 1985) foi uma poetisa e contista brasileira.
Considerada uma das principais escritoras brasileiras, ela teve seu primeiro
livro publicado em junho de 1965 (Poemas dos Becos de Goiás e Estórias
Mais), quando já tinha
quase 76 anos de idade.
Mulher simples, doceira de profissão, tendo vivido longe dos
grandes centros urbanos, alheia a modismos literários,
produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro,
em particular dos becos e ruas históricas de Goiás.
Cora Coralina fez, sem saber história. Escreveu o que sentia, o que pensava, numa época em que cabia a mulher o papel do lar.
Estive na casa dela, senti a presença dessa mulher forte e brasileira. As mulheres de Goiás velho (assim chamam a cidade em que ela nasceu), se dedicam a serem doceiras, mas sabem que podem muito mais.
Hoje posto, um conto de Cora Coralina, espero que gostem.
Conclusões de Aninha
Estavam ali parados. Marido e mulher.
Esperavam o carro. E foi que veio aquela da roça
tímida, humilde, sofrida.
Contou que o fogo, lá longe, tinha queimado seu rancho,
e tudo que tinha dentro.
Estava ali no comércio pedindo um auxílio para levantar
novo rancho e comprar suas pobrezinhas.
O homem ouviu. Abriu a carteira tirou uma cédula,
entregou sem palavra.
A mulher ouviu. Perguntou, indagou, especulou, aconselhou,
se comoveu e disse que Nossa Senhora havia de ajudar
E não abriu a bolsa.
Qual dos dois ajudou mais?
Donde se infere que o homem ajuda sem participar
e a mulher participa sem ajudar.
Da mesma forma aquela sentença:
"A quem te pedir um peixe, dá uma vara de pescar."
Pensando bem, não só a vara de pescar, também a linhada,
o anzol, a chumbada, a isca, apontar um poço piscoso
e ensinar a paciência do pescador.
Você faria isso, Leitor?
Antes que tudo isso se fizesse
o desvalido não morreria de fome?
Conclusão:
Na prática, a teoria é outra.
Estavam ali parados. Marido e mulher.
Esperavam o carro. E foi que veio aquela da roça
tímida, humilde, sofrida.
Contou que o fogo, lá longe, tinha queimado seu rancho,
e tudo que tinha dentro.
Estava ali no comércio pedindo um auxílio para levantar
novo rancho e comprar suas pobrezinhas.
O homem ouviu. Abriu a carteira tirou uma cédula,
entregou sem palavra.
A mulher ouviu. Perguntou, indagou, especulou, aconselhou,
se comoveu e disse que Nossa Senhora havia de ajudar
E não abriu a bolsa.
Qual dos dois ajudou mais?
Donde se infere que o homem ajuda sem participar
e a mulher participa sem ajudar.
Da mesma forma aquela sentença:
"A quem te pedir um peixe, dá uma vara de pescar."
Pensando bem, não só a vara de pescar, também a linhada,
o anzol, a chumbada, a isca, apontar um poço piscoso
e ensinar a paciência do pescador.
Você faria isso, Leitor?
Antes que tudo isso se fizesse
o desvalido não morreria de fome?
Conclusão:
Na prática, a teoria é outra.
Fonte:
Oi Janelice encontrei seu Blog passeando pela net,adorei seu Blog.Espero que possamos ser amigas!
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